Estou desenvolvendo a pesquisa “Raízes para voar – a capacidade de se fazer presente através do grounding” dentro do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFRGS para dissertação de Mestrado. A pesquisa visa investigar a noção de grounding para constituir uma abordagem somática sobre a presença do performer. Através de laboratórios de movimento, a pesquisa propõe desenvolver caminhos de acesso ao grounding, entrelaçando procedimentos do teatro, da dança e da educação somática. A pesquisa será realizada com um grupo de performers de Porto Alegre, levando em conta as trajetórias e descobertas pessoais de cada integrante. É uma pesquisa sobre o processo, que se dará na articulação entre as experiências do grupo com a reflexão teórica sobre o tema.
O que é grounding?
Grounding é uma palavra de difícil tradução. Ela vem de ground que significa terreno, solo, chão, base, superfície da Terra. Como verbo, to ground significa aterrar, fundamentar. Por isso, pode-se entender grounding como enraizamento, fundamentação e aterramento. Grounding é uma energia em relação. Um desejo por conexões dentro e fora do corpo. Uma atitude que permite comunicação com a Terra. Este senso de grounding está relacionado ao suporte respiratório, à energia que irradia do centro do corpo para as extremidades, ao movimento a partir do assoalho pélvico e a consciência do peso do corpo. Também costuma ser usado para descrever uma atitude humana ou uma maneira de ser. Hackney (2002) diz que num sentido psicológico, grounding refere-se a uma pessoa que se sente “em casa” em seu corpo/mente. (HACKNEY, 2002). Grounding também está associado a consciência do movimento através dos pés. Dentro das variadas funções do pé no movimento humano, destaca-se o poder de amortecer o impacto e propulsionar o peso do corpo. Esta dupla personalidade do pé promove o enraizamento necessário para que o corpo salte e suspenda sua massa. Neste sentido, grounding pode ser descrito metaforicamente como raízes para voar.
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